Peças da semana
PEÇAS DA SEMANA
Confira a série de matérias sobre as peças do acervo da Fundação Casa de Rui Barbosa.
JULHO
D. Rodrigo Antonio de Noronha e Menezes, capitaõ de infanteria com exercício de ajudante das Ordens do Mestre de Campo general da Corte e provincia da Estremadura, filho dos illustrissimos e excellentissimos senhores marquezes de Marialva por Reineiro Bocache.
A edição que a Fundação Casa de Rui Barbosa possui foi editada em 1619, completando 401 anos. A Chronica do serenissimo senhor rey Dom Emanuel foi reeditada comercialmente na Europa em 2011.
“Poucos autores têm despertado tanto as atenções dos estudiosos nos últimos cento e cinquenta anos, como Damião de Góis. A lista é muito longa, mas não há unanimidade no modo em como é apreciado. Uns fervorosamente a favor, outros exaltadamente contra. Alguns, mais recentes, procurando encontrar algum equilíbrio no meio da confusão.
No século XIX, António Pedro Lopes de Mendonça escreveu um longo ensaio sobre o processo da Inquisição, culpando do infortúnio do cronista sobretudo o Cardeal D. Henrique. Joaquim de Vasconcelos, a seguir, publicou as Goesianas apontando o dedo aos fidalgos que não gostaram do tratamento das respectivas famílias na Crónica de D. Manuel. Guilherme João Carlos Henriques (William John Charles Henry - 1846-1924) carreou muita documentação para os seus “Inéditos Goesianos”, mas sofreu a má vontade dos que o acusavam de amadorismo, por não o considerarem um historiador (a deficiência dele não era essa, mas sim a de não saber Latim). Maximiliano Lemos, nos anos 20 do século passado, fez obra muito meritória, mas também absolvia o Cardeal D. Henrique. O francês Marcel Bataillon (1895-1977) escreveu alguns artigos de interesse, mas ofendeu os damianistas ao arrasar o Latim de Damião de Góis. Nos anos 50, Elizabeth Feist Hirsch (1904-1998), alemã naturalizada americana, dedicou largos anos a Damião de Góis e produziu uma monografia muito bem documentada, ainda hoje essencial para o seu estudo. De vez em quando, porém, pôs os documentos de lado e deixou-se levar pela fantasia. Um padre e professor, Amadeu Torres, tem também dedicado muitos anos da sua vida a Góis, traduzindo as suas cartas e defendendo a tese de que o Latim dele é perfeitamente aceitável. Tendo publicado e anotado profusamente as cartas latinas de Damião de Góis em 1979, só em 2009 publicou a tradução das cartas por ele recebidas, com pequenas notas. É este último livro que permite alargar um pouco o horizonte do estudo de Damião de Góis, dadas as normais dificuldades da consulta dos textos latinos.
Muitos outros autores escreveram sobre Damião de Góis, que suscita um interesse sem proporção com a sua obra publicada. De facto, a sua figura tem uma enorme projecção internacional, que lhe veio em primeiro lugar da convivência e amizade que lhe dedicou Erasmo de Roterdão (1466-1536), nos últimos anos da vida deste. Dele recebeu nove cartas, que merecem atenção. Depois, os temas escolhidos por Damião de Góis para as suas publicações, nomeadamente a Etiópia e o seu Cristianismo, e a situação dos Lapões, eram de muita actualidade e despertaram grande interesse na Europa, como provam as muitas reproduções e traduções que tiveram.”
Curiosidade: Rui Barbosa cita várias vezes Damião Góis, ao tratar de Linguagem. Na obra intitulada Réplica (p. 179, do tomo 2, do volume 29, de 1902), mencionando alguns exemplos sobre o assunto, Rui faz interessantes citações à obra de Góis, tais como:
“Pois eis aí o caso do mas não. É um falar português de todas as idades, todas as regiões e todos os escritores. Vai a prova. Assim se disse, entre os clássicos, desde os mais antigos tempos. [...]
Na Crônica d El-Rei D. Manuel, por Damião de Góis, ed. de Lisboa, 1619, fl. 92 v, se diz: “Os bons têm glória e os maus pena, mas não para sempre.”
Tipo de documento: Livro
Data: 1619
Descrição: GOIS, Damião de. Chronica do serenissimo senhor rey Dom Emanuel ...: e novamente dada à luz, e offerecida ao illustrissimo senhor D. Rodrigo Antonio de Noronha e Menezes... Lisboa: [s.n,] 1619. 347 [1] f, il.
Fonte: CORREIA, Arlindo. Damião de Gois (1502 – 1574). Cadernos Culturais Lumiar, Olivais, Telheiras, 2.ª Série n.º 4, dez. 2011.
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CLS SOC
DOS 6 (doc.3) |
Semana do dia 25 a 31 de maio
SERVIÇO DE ARQUIVO HISTÓRICO E INSTITUCIONAL
SERVIÇO DE BIBLIOTECAS
SERVIÇO DE ARQUIVO HISTÓRICO E INSTITUCIONAL
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RB-RBCR 1260/1 (2) |
Hoje, trazemos um trecho de uma carta enviada pelo advogado e político Antônio Carneiro da Rocha para Rui Barbosa em que destaca as comemorações pela abolição ocorridas no estado da Bahia. O documento faz parte da série Correspondência do Arquivo Rui Barbosa e pode ser consultado na íntegra em nosso site.
O Serviço de Arquivo Histórico e Institucional (SAHI) disponibiliza ao público, para consulta, cerca de 60 mil documentos que compõem o Arquivo Rui Barbosa. A documentação encontra-se totalmente digitalizada e disponível para acesso.

MUSEU CASA DE RUI BARBOSA
Cadeira-escada

ABRIL
Semana do dia 27 de abril a 03 de maio
SERVIÇO DE PRESERVAÇÃO
Reformulação da ficha de diagnóstico aplicada ao acervo bibliográfico

ARQUIVO-MUSEU DE LITERATURA BRASILEIRA (AMLB)
José de Alencar
Carta de José de Alencar ao Ministro do Império José Joaquim Fernandes Torres de 17 de março de 1867. Nomeação de Oficial da Ordem da Rosa feita por sua Magestade, o Imperador do Brasil, a José de Alencar.
Esses documentos integram o arquivo do escritor sob a guarda do Arquivo-Museu de Literatura Brasileira.
Semana do dia 20 a 26 de abril
MUSEU
Cozinha
A cozinha da residência que pertenceu à família Rui Barbosa é um dos cômodos de destaque do Museu Casa de Rui Barbosa. Reformada por D. Maria Augusta Rui Barbosa, tem pisos em ladrilho hidráulico e azulejos da época. Nela há bancadas de mármore, fogão à lenha de ferro fundido, panelas e assadeiras em níquel, tachos, almofariz e pote, em faiança. Além da existência de uma pia cônica para limpeza dos peixes e aves, que revela a preocupação com a higiene e o bem-estar da família. Graças a um sistema de serpentina ligado ao fogão, a água quente chegava aos banheiros e à copa. Ao visitar o MCRB não deixe de conhecê-la!

SERVIÇO DE ARQUIVO HISTÓRICO E INSTITUCIONAL
Sítio "Escravidão, abolição e pós-abolição" - Catálogos
O sítio "Escravidão, abolição e pós-abolição" disponibiliza, em um ambiente virtual, três catálogos digitais de algumas das mostras documentais realizadas pelo Serviço de Arquivo Histórico e Institucional (SAHI). Esses catálogos fazem parte do acervo sub a custódia do SAHI. São eles: O Registro da Escravidão na Vida Privada (V.I), O Registro da Escravidão na Vida Privada (V.II) e A Abolição e seus Registros na Vida Privada. Todos disponíveis no link:
http://www.memoriaescravidao.rb.gov.br/exposicoes.html
O exemplar faz parte da coleção Rui Barbosa, composta por cerca e 37 mil itens e referência em diversos campos de estudo entre eles a literatura, a religião, o direito e a política. Este último de especial interesse e muito estudado por Rui.

Breve Histórico: Escrita por Jules Simon, estadista republicano francês do século XIX, Le Gouvernement tem a política como tema principal. Consiste em dois tomos sendo apenas o primeiro objeto deste estudo. Pode-se dizer que corresponde a um dos trabalhos mais importantes do autor, ao lado de outras obras como Mémoires des autres (1889), Nouveaux mémoires des autres (1891) e Les Derniers mémoires des autres (1897).
Curiosidade: Le Gouvernement está sendo restaurada pelo Serviço de Preservação (SEP) da Fundação Casa de Rui Barbosa. O tratamento técnico aplicado a esta obra prevê uma intervenção mínima com o objetivo de devolver a ela a possibilidade de manuseio e de estabilidade física. Sendo assim, são necessários apenas o restauro de encadernação e a conservação de seu miolo que encontra-se em bom estado.
Já para as partes mais fragilizadas da estrutura do livro, como costura e alguns cadernos, deverão ser tratados separadamente, pensando-se em técnicas como reforço de costura.
Obra: “Le Gouvernement de M. Thiers (2 vols.)
Autor: Jules Simon
Local: França
SERVIÇO DE BIBLIOTECAS

Leandro Gomes de Barros, paraibano nascido em 19/11/1865, na Fazenda da Melancia, no Município de Pombal, é considerado o rei dos poetas populares do seu tempo. Foi um dos primeiros a colocar versos cantados no papel para vendê-los por onde passava.
Foi educado pela família do Padre Vicente Xavier de Farias (1823-1907), proprietária da fazenda, de quem era sobrinho por parte de mãe. Em companhia da família "adotiva" mudou-se para a Vila do Teixeira, que se tornaria o berço da Literatura Popular nordestina, onde permaneceu até os 15 anos de idade tendo conhecido vários cantadores e poetas ilustres. Depois foi para Pernambuco, em seguida Vitória de Santo Antão e, posteriormente, Recife. É patrono da cadeira número um da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Com um aviso ao final [do] poema A Cura da Quebradeira, demonstra suas constantes mudanças e o grande tino comercial.
Curiosidade: “Leandro imprime a maior parte de sua obra poética no próprio prelo ou em diversas tipografias.” (Maya, 2004)
Tipo de Documento: Folheto de cordel
Título: A Cura da Quebradeira
Local: Paraíba
Data: 1915
Autor: Leandro Gomes de Barros
Descrição: BARROS, Leandro Gomes de. A cura da quebradeira. Paraíba (PB, BR): Popular Editora, 1915. 16 p (p. 1-9).
JARDIM HISTÓRICO


Primeira edição do livro que reúne 14 contos de Monteiro Lobato. Teve como origem um artigo publicado pelo escritor com o título “Velha Praga”, no jornal Estado de São Paulo, em 1914. Na época, Monteiro Lobato dedicava-se ao trabalho no campo, mais precisamente na fazenda que herdou de seu avô. Preocupado com o longo período de seca e, principalmente, com a prática de queimadas, ele resolveu fazer uma denúncia em forma de carta ao periódico. O texto fez tanto sucesso que resultou na escrita de vários contos, entre eles o que dá título ao livro “Urupês” em que o autor apresenta um de seus principais personagens, o Jeca Tatu. Na obra, Monteiro Lobato demonstra a preocupação em reproduzir a fala de um Brasil rural com o uso de um português coloquial em oposição aos padrões da academia naquela época. Além da linguagem, Urupês foi impresso nas oficinas do Jornal Estado de São Paulo, prática inovadora naquela ocasião.
Semana do dia 30 de março a 05 de abril



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