Museu por Gautherot


Série "Museu por Gautherot, em preto e branco"

Entre os anos de 1974 a 1977, o fotógrafo franco-brasileiro Marcel Gautherot (1906-1910) registrou, a pedido do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) diversos ambientes e os acervos museológicos do Museu Casa de Rui Barbosa, criado em 1930 e tombado pelo Instituto em 1938. As fotografias integram a Base Iconográfica do Arquivo Histórico e Institucional da Fundação Casa de Rui Barbosa.

O Centro de Memória e Informação apresenta a Série “Museu por Gautherot, em preto e branco", que registra diversos ângulos e ambientes do Museu Casa de Rui Barbosa, sobre as lentes e o formato característico do fotógrafo Marcel Gautherot. Para conhecer mais sobre os ambientes do Museu, acesse nossos conteúdos disponíveis em nossa página oficial e nossas publicações disponíveis no Repositório Rui Barbosa de Informações Culturais (RUBI).

A cada semana lançaremos um card, com foco em um dos ambientes do Museu Casa de Rui Barbosa.

Sala questão religiosa

A sala de almoço da família Rui Barbosa recebeu o nome de Sala Questão Religiosa na ocasião de abertura do Museu Casa de Rui Barbosa, em 1930. O nome da sala lembra o tema que foi objeto de interesse e discussão de Rui jornalista. Nas páginas do Diário da Bahia defendeu a liberdade de crença e lançou as sementes da separação da Igreja do Estado, que se transformaram em lei durante a sua gestão no Ministério da Fazenda (1889-1891).
A família se reunia nesta sala para almoçar ou jantar. Maria Augusta sentava-se à cabeceira da grande mesa e Rui, à sua direita. Sua comida preferida era arroz de hauçá. 
Destaque para a barra do papel de parede de fabricação inglesa, com motivos semelhantes às tapeçarias Gobelin, da França.
Base iconografia RB - CM pg27 - Sala Questão Religiosa

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Sala Pró-Aliados

A sala de visitas da família Rui Barbosa recebeu o nome de Sala Pró-Aliados na ocasião de abertura do Museu Casa de Rui Barbosa, em 1930. O nome da sala lembra a participação de Rui no movimento em favor dos Aliados na Primeira Guerra Mundial. Rui, presidente da Liga Brasileira pelos Aliados, condenou as atrocidades da Alemanha sobre a Bélgica e Luxemburgo e reclamou a solidariedade e a revogação da neutralidade do Brasil.
Nesta sala eram recebidas as visitas formais. A porta de acesso ao jardim era a entrada principal da casa.

Sala João Barbosa

A sala íntima recebeu o nome de Sala João Barbosa, na ocasião de abertura do Museu Casa de Rui Barbosa, em 1930. O nome da sala presta homenagem ao pai de Rui, o médico João José Barbosa de Oliveira, que foi diretor geral do Ensino Provincial e deputado geral, pelo estado da Bahia e exerceu grande influência em sua vida.
Aqui a família e os amigos se reuniam para conversar após o jantar. Rui aproveitava essa hora para folhear os livros que comprara no dia e D. Maria Augusta recebia amigas para o chá à tarde.
Em 1889, as paredes da sala foram decoradas com pinturas em estilo pompeano, inspirado na Casa de la Picola Fontana, da cidade de Pompéia, Itália.




Sala de Haia

Este aposento recebeu o nome de Sala de Haia, na ocasião de abertura do Museu Casa de Rui Barbosa, em 1930. O nome da sala lembra a atuação de Rui como embaixador extraordinário e plenipotenciário e delegado do Brasil na Segunda Conferência Internacional da Paz, em Haia, Holanda, em 1907, quando defendeu o princípio da igualdade das nações.
Este era o quarto de dormir de Maria Luísa Vitória (Baby), a filha caçula do casal Rui Barbosa, nascida na Inglaterra, durante o exílio do pai (1894 – 1895). Seu nome é uma homenagem à Rainha Vitória.
Hoje o ambiente procura reproduzir o escritório de Rui em sua casa de veraneio em Petrópolis, que ele chamava de "gabinete holandês", uma vez que seus móveis foram adquiridos na Holanda e usados durante a Segunda Conferência da Paz.
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Sala constituição

A biblioteca de Rui Barbosa recebeu o nome de Sala Constituição, na ocasião de abertura do Museu Casa de Rui Barbosa, em 1930. O nome da sala presta uma homenagem à atuação de Rui na primeira Constituição Republicana, de 24 de fevereiro de 1891. Ministro da Fazenda do Governo Provisório, foi encarregado de rever o projeto constitucional. Modificou-lhe então, a redação e a estrutura. 

A possibilidade de ver instalada sua biblioteca foi um dos motivos que atraíram Rui para a compra da casa. Ao longo dos 28 anos em que nela viveu, a biblioteca aumentou e ocupou outros cômodos. Composta de obras gerais e volumes sobre história universal, ciências, literatura, filosofia, direito e ainda obras sobre homeopatia, fenômenos psíquicos e oceanografia, a biblioteca de Rui totaliza cerca de 37 mil volumes. Atualmente, a Biblioteca de Rui integra o Serviço de Bibliotecas, responsável pelas quatro bibliotecas da Fundação Casa de Rui Barbosa.
Base iconografia RB - CM pg25 - Sala Constituição

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Sala código civil

Este aposento particular de Rui Barbosa recebeu o nome de Sala Código Civil, na ocasião de abertura do Museu Casa de Rui Barbosa, em 1930. O nome tem origem na designação de Rui para relator da Comissão Especial do Senado do projeto do Código Civil. Apresentou um parecer com mais de mil emendas à linguagem do texto, que fora revisto por seu antigo professor, Ernesto Carneiro Ribeiro. Da polêmica resultou um dos mais famosos trabalhos de Rui, denominado Réplica.


Sala casamento civil

O Quarto de Vestir de Rui Barbosa recebeu o nome de Sala Casamento Civil, na ocasião de abertura do Museu Casa de Rui Barbosa, em 1930. O nome faz alusão à intensa campanha de Rui Barbosa pela obrigatoriedade do casamento civil. Rui trajava habitualmente fraque, camisas da Casa Raunier ou da Torre Eiffel, com mangas e colarinho destacáveis, e gravatas brancas de laço. Calçava botinas marrons da Casa Clark e usava chapéus de feltro cinza, feitos sob medida, bengala ou guarda-chuva. Algumas dessas peças de sua indumentária hoje encontram-se em exposição, dentro dos dois guarda-roupas originais do cômodo.
Landau

A garagem da Casa, antiga cocheira, integra as dependências anexas ao conjunto arquitetônico da Vila Maria Augusta, que ofereciam apoio ao funcionamento da Casa. 

Hoje, abriga quatro viaturas: um automóvel Benz, de tração a motor, e três carros de tração animal – uma vitória, um landau e um cupê.

O landau, nome origem alemã, vem da cidade de Landau, antiga Prússia, onde foram construídas as primeiras dessas viaturas, muito usadas nos séculos XVIII e XIX, principalmente pela alta burguesia e profissionais liberais. Identificado pela capota dupla, móvel, em sanfona, que se abre ao meio, descendo para os lados, o veículo era puxado por quatro cavalos. O landau de Rui é do século XIX e lhe foi oferecido pelo cunhado Carlos Viana Bandeira e pelos amigos Carlos Nunes de Aguiar e Antônio Barroso Fernandes.


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Jardim Histórico

O jardim histórico que cerca a Casa de Rui Barbosa tem mais de 9000 m² e hoje é uma das poucas áreas verdes de Botafogo, o que lhe dá importância ecológica e social. É um ponto de encontro, lazer, desfrute da natureza e reflexão.

Por seu interesse histórico e artístico, o jardim da Casa de Rui Barbosa é considerado um jardim histórico, conforme definição da Carta de Florença, documento de 1981 que estabelece os princípios para a preservação de jardins.
Como um microecossistema em constante transformação, é possível verificar nas fotografias de Marcel Gautherot, realizadas entre 1974 e 1977, uma paisagem diferente. Entre os anos de 2015 e 2016 o jardim histórico recebeu as obras de um Projeto de Revitalização e Restauração, realizado com apoio do apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Fundo Nacional de Cultura, com parceria da Fundação Darcy Ribeiro (FUNDAR). Para conhecer mais sobre a realização desse projeto, acesse.





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Hall de entrada

O atual Hall de Entrada do Museu Casa de Rui Barbosa, retratado por Marcel Gautherot, era utilizado como entrada privativa da família Rui Barbosa, no período em que aqui residiram. Daqui é possível acessar o corredor de acesso à Área Íntima da casa e também uma pequena sala para reuniões usada apenas pela família e amigos mais próximos.

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Detalhes (lustres, maçanetas)

O olhar apurado de Marcel Gautherot também dedicou-se a registrar pequenos ângulos e detalhes da Vila Maria Augusta: vistas da janela da sacada e detalhes do piso da residência; lustres, maçanetas, puxadores, a saída do repositório de cinzas do fogão à lenha e placa de bronze.

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Copa 

A Copa, retratada por Marcel Gautherot, é um ambiente característico de residências do século XIX e início do século XX, quando almoço e jantar diários eram servidos à francesa, fazendo a ponte entre a cozinha e os grandes salões. Quando havia recepções ou jantares especiais, o serviço era da Confeitaria Paschoal, da Rua do Ouvidor. O buffet ficava na copa e era servido através da varanda da sala de jantar. Os azulejos são de origem francesa, da marca Choisy Leroy (século XIX).


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Banheiros (Suíte/ Quarto do Casal e Corredor de Serviço) 

Marcel Gautherot registrou também os dois banheiros da Vila Maria Augusta.

O banheiro acessado pelo corredor da Área Íntima da residência e ligado ao quarto do casal Rui Barbosa é um cômodo não original da primitiva construção. A louça e as ferragens são de procedência inglesa e, ao que consta, teriam sido instalados nas pequenas reformas realizadas para adaptação da casa antes da instalação definitiva da família na casa, em 1895.

Do segundo banheiro, localizado no corredor da Área de Serviço, sabe-se que já existia na casa, quando Rui a comprou. Era usado pela família. Os azulejos são franceses, marca Choisy Leroy (século XIX). Louças e ferragens são de procedência inglesa, importadas por Amaral Guimarães & Cia. (século XX).



































Arquitetura 
Marcel Gautherot (1910 -1996) ganhou notoriedade pelas séries documentais que produziu durante suas viagens pelo país, com destaque para seus registros da arquitetura modernista (como a série que retrata a construção da cidade de Brasília).

O crítico de arte francês Jacques Leenhardt, afirma que é característico do trabalho de Gautherot uma "vertente documentarista" e um estabelecimento de um "diálogo profundo com a arquitetura" (1).

A pedido do IPHAN, entre os anos de 1974-77 debruçou seu olhar característico sobre a arquitetura neoclássica da Vila Maria Augusta - residência de Rui Barbosa e sua família, sede do Museu Casa de Rui Barbosa desde 13 de agosto de 1930. As fotografias selecionadas registram detalhes da fachada da casa (esculturas, ornamentos, gradis), do conjunto arquitetônico histórico (a antiga cavalariça, a área de serviço, a varanda) e também o Edifício Américo Jacobina Lacombe, sede da Fundação Casa de Rui Barbosa (construído entre 1974 e 1979).




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Referência iconografia RB - CM pg30 













































































































Referência iconografia RB - CM pg13
                   
Referência iconografia RB - CM pg14


Antiga cavalariça (Benz)

A garagem da Casa, antiga cocheira, integra as dependências anexas ao conjunto arquitetônico da Vila Maria Augusta, que ofereciam apoio ao funcionamento da Casa. 
Hoje, abriga quatro viaturas: três carros de tração animal – uma vitória, um landau e um cupê, – além de um automóvel Benz, com a famosa placa 833, de tração a motor, retratado aqui por Gautherot. 
O veículo foi imortalizado no livro “Assim Falou o 833 - Revelações de um Carro de Rui Barbosa” de Orígenes Lessa, escrito na década de 1980, período em que atuou como funcionário da Fundação Casa de Rui Barbosa.

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2 comentários:

  1. Gostei da postagem. Parabéns. Gostaria de ter acesso a outros acervos (em especial fotos ).
    Abraços.

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  2. Agradecemos o retorno e informamos que poderá ter acesso aos demais acervos por meio do nosso repositório RUBI (http://rubi.casaruibarbosa.gov.br/) e do banco de dados do acervo iconográfico (http://iconografia.casaruibarbosa.gov.br/fotoweb/).

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